OSESP NÃO RENOVARÁ COM A REGENTE MARIN ALSOP. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

 
                                                       Marin Alsop com a batuta não de perfil. foto Internet

   Conforme nota oficial que segue abaixo a regente Marin Alsop não renovará seu contrato com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo que vence em fins de 2019. Como a direção adora inventar um cargo nomearão Alsop como Regente Honorária e ainda criarão o prêmio Marin Alsop para jovens regentes. Homenagens demais a uma regente que pouco contribuiu para a OSESP e ainda faturou uma bolada por ano. Essa "visada humanista" citada na nota raramente foi vista por aqui.
   A busca de um novo regente para a vaga de Alsop começou e as especulações apontam para três nomes: o britânico Neil Thomson, o estoniano Arvo Volmer e o costa-riquenho Gian Carlo Guerrero. 
  Ao invés de nomes, na primeira fase da seleção, a direção deve ter como norte um regente que foque seu trabalho para a orquestra e que tenha tempo disponível para tal empreitada. A OSESP não é uma orquestra europeia centenária e necessita de regente em tempo quase integral para lapidar a sonoridade e se dedicar ao trabalho do dia a dia. 
   O artigo sobre Alsop publicado nesse Blog e reproduzido abaixo continua mais atual que nunca: 
   
   9 Motivos de não precisarmos de Marin Alsop na OSESP.
   
   SALÁRIO : Não deveria ser sigiloso já que a OSESP é mantida com dinheiro público, dizem que a regente titular Marin Alsop ganha mais 700 mil dólares por ano. Convertendo em reais temos um valor absurdo de mais de dois milhões e trezentos mil reais/ano. Isso sem contar todas as mordomias que a madame exige: primeira classe em voos internacionais, hotel cinco estrelas, transporte e alimentação chique e uma Coca-Cola light sempre disponível no camarim. Esses valores somados a essas regalias são um acinte ao povo paulista, uma piada de mau gosto paga com impostos.

DEDICAÇÃO: Marin Alsop trabalha pouco por essas bandas, seu contrato fala em um mínimo de dez semanas por ano, a verdade é que nem isso ela cumpre. Apareceu em São Paulo onze semanas em 2012, oito semanas em 2013 e nos anos de 2014 e 2015 míseras nove semanas. Pouco trabalho, salário alto e dedicação nenhuma à OSESP. Marin chega na segunda, ensaia dois dias, se apresenta na quinta e sexta-feira e no sábado à tarde, assim que termina o concerto, se manda rapidinho para o aeroporto. 
  
REGÊNCIA: Endeusada pela diretoria da OSESP  a regência de Marin Alsop não é a última coca-cola light no deserto. A gringa é bem formada e até tem competência, por aqui rege todos os compositores da mesma maneira, como se Mozart fosse igual a Strauss e a Mahler. Regência uniforme para todos os compositores é sua regra, não é uma regente fantástica ou incrível que transmite uma sonoridade e imponha um estilo a OSESP. O que se vê é uma orquestra que não evoluiu, a musicalidade está estagnada e a regente acomodada com a situação. Pelo salário pago Alsop tem a obrigação de mostrar e se dedicar mais.

PROGRAMAÇÃO: A programação elaborada nos últimos anos tem se caracterizado por escolhas equivocadas. A preferência por encomendas de novos compositores e a insistência em colocar Bernstein (Professor de Marin Alsop) na programação é uma chatice sem tamanho. Obras inexpressivas e solistas internacionais aparecem aqui para cantar trechos minúsculos é outra característica da programação anual.

EMPATIA: Em pesquisa sigilosa realizada com os músicos o resultado é assustador, mais de 70% deles rejeitam o trabalho da regente. A direção não está preocupada com isso e fez questão de renovar até o ano de 2019, mais uma vez com contrato sigiloso. Marin dividiu a orquestra em dois grupos e tem preferência por um deles. Isso gera uma série de transtornos, músicos não reclamam em público com medo de represálias, mas em off a chiadeira é grande.

ASSINATURAS: Caso fosse uma regente de competência internacional como é anunciado pela direção o número de assinaturas teria aumentado e o público lotaria a Sala São Paulo. A verdade é incontestável, o número de assinaturas diminuiu, a perca é de duas mil em cinco anos, o público já não aparece tanto. Programação chata e regente sem dedicação é o resultado dessa fuga.

REGENTES CONVIDADOS: A OSESP é a única orquestra do mundo que toca melhor com os regentes convidados. Devido à ausência da titular eles são muitos no ano e alguns extraem da orquestra sonoridade que Marin nem sonha em conseguir. Ela não está preocupada com isso, o importante é faturar e as verdinhas entram todo mês em sua conta. O povo paulista que paga a conta.

PROGRAMAS EDUCACIONAIS: Alsop é titular em Baltimore e por lá ela coordena programas educacionais voltados à comunidade. Por aqui isso inexiste, fez por aqui masterclass de regência e dizem que foi bem. Por que não fazer mais por nossa comunidade Marin Alsop?

GRAVAÇÃOES: As gravações que são idolatradas pela diretoria são feitas as pressas e colocam pressão desnecessária sobre os músicos. As escalas são insanas com ensaios para os concertos da semana, apresentações e gravações, tudo na mesma semana devido à falta de tempo da madame. Os músicos ensaiam na segunda, terça e quarta, tocam na quinta e sexta-feira a noite e logo no sábado de manhã tem que gravar e a tarde se apresentar novamente.

Ali Hassan Ayache  

Nota da OSESP.
"A Fundação Osesp tem a satisfação de anunciar que será concedido o título de Regente Honorária a nossa Diretora Musical, Marin Alsop, ao final de seu mandato de oito anos, em dezembro de 2019.
Desde que se tornou Regente Titular da Osesp, em 2012 (e Diretora Musical um ano mais tarde), Marin tem estado à frente de muitas realizações notáveis. Sob sua batuta, a Osesp apresentou-se em duas ocasiões no prestigioso festival BBC Proms (Londres) e tambem fez sua estreia na Philharmonie de Berlim, no Royal Festival Hall de Londres, nos festivais de Lucerna e Edimburgo e na Konzerthaus de Viena, entre outros lugares de primeira importância no cenário mundial. Também viajou pelo Brasil (2014), comemorando os 60 anos de criação da Orquestra. Um ciclo integral das sinfonias de Prokofiev foi lançado em CD (selo Naxos) e dois novos discos dedicados à música de Leonard Bernstein serão lançados no centenário do compositor, ano que vem, integrando uma caixa de gravações da obra do seu principal mentor. Ao longo das próximas duas Temporadas, 2018 e 2019, entre outros projetos planejamos lançar um ciclo completo, em vídeo, das sinfonias de Brahms, regidas e comentadas por ela.
A parceria com Marin só ajudou a elevar o perfil da nossa Orquestra, tanto no cenário nacional quanto internacional; e sua visada humanista tem sido também uma fonte de inspiração para muitas de nossas atividades educativas e de formação de público. No âmbito do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão (administrado pela Fundação Osesp desde 2012), ela tem ministrado classes para vários promissores jovens regentes brasileiros; e foi a principal responsável pela criação de uma Classe de Regência na Academia da Osesp.
Marcando de modo significativo essa longa parceria, a Fundação tem o prazer de anunciar a criação de um Prêmio Marin Alsop para Jovens Regentes. Detalhes desse prêmio, que só será concedido a jovens regentes brasileiros, serão divulgados oportunamente.
Nas palavras do Presidente da Fundação Osesp, Fábio Barbosa, “ao longo de muitos anos, Marin Alsop tem sido uma Diretora Musical inspiradora; e será uma grande satisfação vê-la dar continuidade, agora como Regente de Honra, a seu trabalho com nossos incomparáveis músicos. Ela é uma referência no mundo da música; e é um privilégio contar sempre com Marin como parceira e amiga.”
A própria Marin Alsop comenta: “Sinto-me incrivelmente orgulhosa do que alcançamos juntos – desde nosso grande sucesso nas turnês internacionais e gravações até nosso papel de liderança em educar as próximas gerações de jovens músicos, e, muito especialmente, nossos concertos para a dileta plateia da Sala São Paulo. Já estou ansiosa pelos projetos que faremos juntos nas próximas duas temporadas e também por manter vivos esses laços.”
Em 2018, Marin rege dez semanas de assinatura (30 concertos) e também segue dando masterclasses de regência na Academia. Na Temporada 2019, faz vários programas especiais, incluindo duas semanas de celebração do aniversário de 20 anos da Sala São Paulo.
Para o Diretor Artístico da Osesp, Arthur Nestrovski, “Marin deixa marcas históricas na nossa Orquestra. A Osesp vê-se hoje consagrada internacionalmente como conjunto de primeira linha; ao longo desses últimos anos, tivemos também chance de criar relações e parcerias com muitos dos principais artistas e instituições da atualidade.”
“Marin trouxe à Orquestra aquelas doses de inpiração e segurança necessárias para transformá-la num conjunto único”, diz o Diretor Executivo, Marcelo Lopes. “Seu esforço constante em prol da excelência tem sido muito importante para todos nós, não só no palco, mas em todas as áreas da Fundação.”
Registramos aqui nossos parabéns a Marin Alsop por tantas grandes realizações e nosso agradecimento por toda essa história conjunta de sucesso. Deixamos também registrados nossos mais sinceros votos de seguir fazendo música juntos, trabalhando por um mundo melhor, numa sociedade mais igualitária, reafirmando os valores que têm guiado desde sempre a Fundação Osesp."

Comentários

  1. Estava na cara que este relacionamento entre a OSESP e a referida maestrina não estava dando certo.Como exemplo cito a última gravação lançada pela Naxos regida pela americana,já disponível no SPOTIFY por exemplo,onde pode-se ouvir uma das piores interpretações das suítes O Amor das Três Laranjas e Tenente Kijé de Prokofiev,ademais a péssima acústica da Sala São Paulo se encarrega de embolar tudo.Acho que é dos piores discos lançados pela orquestra,principalmente pois parece que tecnicamente o conjunto está aquém desse repertório.O mais incrível é o fato de Marin Alsop este ano ter sido escolhida para dirigir a orquestra jovem dos Estados Unidos no Carnegie Hall e depois fazer uma tour com a mocidade,interpretaram os adolescentes a primeira de Mahler muito melhor sob a batuta dela do que a nossa orquestra tocando a mesma obra num vídeo de um concerto em Paris.Está tudo no YOUTUBE.O fracasso se deu quando ela resolveu interpretar como bis uma peça do compositor mais ligado ao El Sistema Venezuelano,Arturo Marquez;sua Conga del Fuego Nuevo demonstra total incapacidade de compreender a música latinoamericana.Isaac Carneiro Victal.

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  2. Precisamos de um maestro, que em primeiro lugar, acompanhe os concertos da OSESP e ajude a Orquestra a moldar sua personalidade musical. Precisamos de alguém que escolha um repertório variado, precisamos de mais barroco, de pelo menos duas óperas por ano (uma em concerto e outra montada). E seria de muito bom alvitre uma parceria com o Theatro Mvnicipal para que a OSESP monte pelo menos uma Ópera por ano em um teatro, e a Orquestra Sinfônica Municipal poderia utilizar-se da Sala nesse mesmo período.

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  3. Não há credibilidade que resista a "a perCa é de duas mil em cinco anos" (sic). Substantivo perca é muito vergonha alheia.

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